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Atlético-GO, o maior candidato a surpresa do brasileirão

Cinco anos atrás, o Atlético Goianiense estava na segunda divisão do campeonato goiano, seu estádio estava pra ser demolido e o time estava falido. No lugar do velho Estádio Antonio Accioly seria construido um shopping e com o dinheiro arrecadado, as dívidas do clube seriam pagas. Com certeza, seria o princípio do fim.

Mas um grupo de torcedores conseguiu embargar a obra na justiça. Pra entender a sequência de acontecimentos, é necessário explicar um pouco da história do Dragão. O Atlético está localizado no bairro de Campinas, tradicionalíssimo na capital goiana e que era uma cidade, que foi agregada a recém-inaugurada capital. Os moradores de Campinas tem o Atlético como um patrimônio do bairro, essencialmente comercial, mas com uma comunidade muito forte.

Em 2005, o grupo de torcedores e simpatizantes do Atlético, em sua maioria do bairro de Campinas, reergueu o estádio e montou um bom time para o Atlético. Assim, o rubronegro foi campeão goiano da segunda divisão. No ano seguinte, mantendo a mesma base e com algumas contratações, o Dragão chegou a final do campeonato goiano, mas foi derrotado pelo Goiás. Em 2007 não teve jeito. O título veio com sabor de vingança, em cima do mesmo Goiás com um golaço do bom e velho Anaílson, ex-São Caetano. O clube já estava em franco crescimento.

Em 2008 o Atlético fez uma campanha excelente na série C e foi campeão com três rodadas de antecedência. Paralelamente as boas campanhas, a diretoria do clube, contando com os torcedores e os empresários simpatizantes, investia em estrutura. Reformava o estádio e o CT. Além do mais, espalhou inúmeras escolinhas pela cidade de Goiânia.

Desde a campanha na série B do goiano, o Atlético manteve a base com o goleiro Márcio, os zagueiros Jairo e Gilson, os volantes Robston e Pituca e os atacantes Juninho e Marcão. Alguns chegaram um pouco antes da série B, outros um pouco depois, mas a base é mantida.

Em 2009, o objetivo principal foi alcançado. O Atlético chegou a série A com uma belíssima campanha. Foi líder por várias rodadas, venceu jogos importantes e ao final terminou na quarta posição da série B.

Sem falar que nesse meio tempo, o Atlético incomodou alguns grandes, ao eliminar o Grêmio da Copa do Brasil, por exemplo.

Hoje, o Atlético tem um elenco forte e entrosado. Tem jogadores experientes como o goleiro artilheiro Márcio, o zagueiro Wescley, ex-Vasco da Gama, os laterais Chiquinho ex-Internacional e Thiago Feltri ex-Atlético Mineiro. Tem o lateral direito Márcio Gabriel, sondado pelo Corinthians. Além dos já citados Ramalho e Pituca, tem o ótimo Elias ex-Bahia e Ramalho ex-São Paulo. No ataque o Dragão tem Washington com passagens por Palmeiras, São Caetano e Vasco, tem o excelente Juninho, que é candidato a revelação do brasileirão, além de Marcão e o rodado Rodrigo Tiuí ex-Santos.

Mas o maior trunfo do Atlético está no banco de reservas. O vencedor Geninho comanda essa trupe. O treinador foi contratado durante o campeonato goiano e já levou o time a final do torneio, com uma ótima campanha. Na próxima semana o Atlético terá a prova de fogo contra o Palmeiras pra saber se quer ser grande ou permanecerá apenas como postulante a uma vaga cativa na série A.

Se eu fosse os adversários, não vacilaria frente ao Dragão. E além do mais, observaria bem o elenco do time. Daí podem sair pelo menos 4 jogadores com totais condições de jogar em qualquer time do Brasil. Cuidado. O Dragão pode te queimar nesse brasileiro.

Como eram os treinadores em seus tempos de boleiros?

Quase todos os treinadores deste brasileiro eram boleiros antes de começar na carreira de técnicos. E muitos deles foram craques de bola. Segue abaixo informações das carreiras como jogadores dos treinadores do brasileirão:

– Pouca gente sabe, mas Antonio Lopes, treinador do CAP foi jogador de futebol entre 1958 e 1962. Jogou no Olaria e no Bonsucesso, mas teve sua carreira interrompida pelos estudos. Mas devia ser um perna de pau, pois não foi aproveitado nos clubes em que atuou.

– Paulo Silas foi um craque. O treinador do Avaí começou sua carreira de jogador no SPFC onde ganhou os paulistas de 85 e 87 e o Brasileiro de 86. Passou ainda por vários clubes em três continentes e conseguiu a proeza de ser um dos únicos brasileiros ídolos na Argentina, ao vestir a 10 do San Lorenzo por tres temporadas. Encerrou sua carreira na Inter de Limeira em 2004

– Estevam Soares, treinador do Barueri, também jogou no tricolor paulista. Era um zagueiro viril e no SPFC foi campeão brasileiro em 77. Começou a carreira no Guarani e encerrou no grande Primavera de Indaiatuba em 1993.

– Mano Menezes do Corinthians era outro zagueirão ruim de bola. Jogou apenas no Guarani de Venancio Aires no RS e ao ver que não tinha sucesso nas quatro linhas, abandonou os gramados pra se dedicar aos estudos. Sábia decisão…

– Renê Simões, hoje no Coritiba foi outro que decidiu abandonar os gramados pra se dedicar aos estudos, mas esse parece que tinha futuro. Ainda jovem foi do São Cristovão pro Flamengo e chegou a jogar também no Bonsucesso, mas preferiu estudar do que ser becão.

– Adilson Baptista, que comanda o Cruzeiro era um baita jogador. Zagueiro que aliava técnica e raça, Adilson iniciou a carreira no CAP, ganhou tudo no Grêmio e se aposentou no Corinthians em 2000. Sofreu com seguidas lesões durante a carreira.

– O comandante do Flamengo, Andrade, foi outro craque. Era um volante extremamente técnico e ganhou tudo pelo rubro-negro. Encerrou a carreira em 96 no Barreira Esporte Clube.

– Renato Portaluppi, treinador do Flu foi outro craque. Começou sua carreira no Grêmio e ainda hoje é o maior ídolo da história do clube. Jogou em vários clubes grandes do Brasil e na Itália, e encerrou a carreira em 99 no Bangu.

– Hélio dos Anjos que hoje faz ótima campanha com o Goiás era um bom goleiro e chegou a jogar até no Flamengo. Mas é no banco de reservas que Hélio alcança notoriedade nacional.

– Tite, treinador do Internacional era um bom meio-campista. Começou sua carreira em Caxias e jogou na Portuguesa e no Guarani, onde foi vice campeão brasileiro em 86 e 87. Aliás, sabem porque Tite adotou o estilo social durante os jogos? Porque quando começou a carreira de treinador, tinha apenas 29 anos e vários de seus comandados foram seus companheiros de equipe. Tite viu nos ternos uma forma de se impor sobre os jogadores. Interessante…

– O treinador do Náutico Geninho foi um goleiro razoável. Começou a carreira no Botafogo de SP em 66 e encerrou no Novo Hamburgo em 1984. Logo em seguida, assumiu o comando do mesmo time que selou sua aposentadoria, inicando assim sua carreira de treinador.

– Muricy Ramalho do Palmeiras jogava como ponta e meia e era um excelente jogador. Iniciou sua carreira no São Paulo e conquistou muitos titulos com o tricolor. Depois de sua passagem vitoriosa pelo Morumbi, Muricy jogou ainda no Puebla do México, mas se aposentou devido a uma sequencia de graves lesões no joelho.

– Alexandre Gallo, o técnico do Santo André, foi um ótimo volante. Começou no Botafogo de SP e jogou em várias equipes, inclusive no SPFC onde foi campeão paulista em 98. Parou de jogar no Corinthians em 2001.

– Vanderlei Luxemburgo do Santos era lateral esquerdo e começou e terminou sua carreira no Botafogo. Jogou também no Flamengo e no Inter neste meio periodo. Era um jogador mediano. Encerrou sua carreira devido a uma grave lesão no joelho.

– Ricardo Gomes, comandante do SPFC foi um excelente zagueiro. Começou no Flu em 82 e jogou por Benfica e PSG, onde encerrou sua carreira em 1996. Jogou a Copa de 90 como capitão da seleção e só não foi ao mundial de 94 como titular, porque sofreu uma lesão muscular no ultimo amistoso antes do embarque para os EUA. Uma pena…
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– Paulo Cesar Carpeggiani do Vitória era um craque da meia cancha. Era um meia clássico, com dribles curtos e precisos e passes longos de precisão cirúrgica. Jogou no Internacional e no Flamengo, mas foi obrigado a encerrar a carreira prematuramente por conta de uma lesão no joelho.